Um dos mais notáveis poetas brasileiros,
prosador exímio e orador primoroso, nasceu e morreu no Rio de Janeiro,
respectivamente, em 1865 e 1918. Aluno da
Faculdade de Medicina até o quinto ano, depois de brilhante concurso
que ali fez
para interno, e apesar do auspicioso futuro
que todos lhe auguravam, desistiu do curso médico para tentar o
de direito em São
Paulo. Atraído, porém, pela
vida fluminense, voltou ao Rio estreiando, com grande êxito, na imprensa
literária.
A irradiação do seu nome foi
rápida, e fulgurou com a publicação de Poesias (incluindo
Panóplias, Via Láctea e Sarças de
Fogo - 1888). Foi um dos mais ardorosos propagandistas
da abolição, ligando-se estreitamente a José do Patrocínio.
Em
1900 partiu para a Europa como correspondente
da publicação Cidade do Rio. Daí em diante, raro era
o ano em que não
visitava Paris.
Exerceu vários cargos públicos
no estado do Rio de Janeiro e na antiga Guanabara, tendo sido inspetor
escolar, secretário do
Congresso Panamericano e fundador da Agência
Americana. Foi um dos fundadores da Liga da Defesa Nacional (da qual foi
secretário geral), tendo lutado pelo
serviço militar obrigatório, que considerava uma foram de
combate ao analfabetismo.
Conferencista de platéias elegantes,
sua obra tornou-se leitura obrigatória, sendo declamado nos círculos
literários.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira
de Letras, na cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.
Considerado o maior nome parnasiano brasileiro,
foi bastante influenciado pelos poetas franceses. Suas poesias revelam
uma
grande emoção, nada típica
dos parnasianos, um certo erotismo e influência marcante da poesia
portuguesa dos séculos XVI e
XVII. A correção da linguagem,
o rigor da forma e a espontaneidade são as principais características
de seus versos.
Além de Poesias também publicou
Crônicas e Novelas, Conferências Literárias, Ironia
e Piedade, Bocage, Crítica e Fantasia,
e, em colaboração, Contos Pátrios
(infantil), Livro de Leitura, Livro de Composição, Através
do Brasil (os últimos três,
pedagógicos), Teatro Infantil, Terra
Fluminense, Pátria Brasileira, Tratado de Versificação,
A Defesa Nacional (coleção de
discursos), Últimas Conferências
e Discursos, Dicionário Analógico (inédito) e Tarde
(póstuma, coleção de 99 sonetos).
Seu volume de Poesias Infantis, encomendado
pela Livraria Francisco Alves, é uma coleção de 58
poemas metrificados
falando sobre a natureza e a virtude. Segundo
suas próprias palavras, "era preciso achar assuntos simples, humanos,
naturais,
que, fugindo da banalidade, não fossem
também fatigar o cérebro do pequenino leitor, exigindo dele
uma reflexão demorada e
profunda".
É autor do Hino à Bandeira Nacional.
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